“O homem fiel será coberto de
bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune.” (Pv 28. 20)
A luz das Escrituras Sagradas, a cobiça é um sentimento causador de muitos
males ao ser humano, e consequentemente trouxe grandes prejuízos a toda a raça
humana, uma vez que a cobiça pode ser detectada já no nascedouro do pecado,
quando um anjo de luz, Lúcifer, habitante e frequentador da presença do Todo Poderoso, cobiçou, e intentou usurpar o trono de Deus (Is 14. 13), dando assim
origem ao pecado, que depois chegou ao homem, que destruiu o relacionamento
deste com o seu criador, pois pela tentação da serpente, usada por Satanás
despertou no homem o desejo, e este cobiçou ser igual a Deus conhecendo o bem o
e mal (Gn 3. 1-6), como cosequencia vamos
ter: Lúcifer foi banido da presença do Senhor Deus com os seus seguidores sendo
precipitado na terra (Is 14. 12, 14-16), e o homem sofreu uma grande queda,
sendo afastado da presença de Deus, expulso do Jardim do Éden, passou a se
manter com o suor de seu rosto (Gn 3. 17-24), disseminou a semente pecadora a
todos os homens, e consequentemente a morte (Rm 5. 12), física e espiritual
compreendida aqui como a separação eterna do homem de Deus o seu criador. O escritor
dos Provérbios nos adverte: “São assim as
veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a
possuem,” (Pv 1. 19).
Temos ainda outros exemplos de personagem bíblicos, em que a avareza e a
cobiça os levaram ao precipício, tais como: Acã que cobiçou e escondeu uma capa
babilônica, prata e ouro dos despojos da cidade de Jericó (Js 7. 21), e ele e a
sua casa foram destruído por desobedecerem as ordens divinas (Js 7. 11, 15,
24-25), Saul que não destruiu os sobreviventes de Ameleque nem tão pouco os
despojos porem conservou em vida, homens, gado, e haveres (1 Sm 15. 8-9), o que
lhe custou o trono de Israel (1 Sm 15. 28-29), Davi que desejou, cobiçou e
tomou para si a esposa de Urias um de seus guerreiros (2 Sm 11. 2-5), e depois
de consumar o adultério ainda mandou matar a Urias (2 Sm 11. 6-26), pelo que o
Senhor o puniu não deixado que ele criasse a seu filho nascido desta união e
não morreu por misericórdia de Deus, porem a sua casa foi invadida pelo mesmo
pecado, sendo ele o responsável por toda aquela infâmia (2 Sm 12. 1-25; 13), no
Novo Testamento encontramos o caso de Ananias e Safira que tiveram as suas vida
ceifadas em um só dia pois por cobiça, retiveram parte do que receberam pala a
venda de uma herdade que possuíam, e tentaram enganar ao Espírito Santo, aos Apóstolos
e a Igreja do Senhor (At 5. 1-11), pelo que o Senhor Deus os puniu como exemplo
para a Igreja Primitiva.
Na lição desta semana estudaremos o caso do rei Acabe que cobiçou possuir
a vinha de Nabote, a vinha era uma pequena propriedade que se avizinhava com as
terras da casa de campo de Acabe, e este em sua cobiça projetou plantar naquele
lugar uma horta, que estivesse anexada a sua casa de campo em Jerzeel, que certamente
forneceria a casa frutas verduras frescas para deleite do imperador, sem se
importar com o valor econômico, histórico e sentimental que teria aquela pequena
gleba para o seu proprietário, Nabote. Acabe procura o seu súdito e lhe oferece
dinheiro pela posse daquelas terras e Nabote, que era conhecedor e fiel
cumpridor do mandamento divino nega-se a vender a propriedade o que deixa o Imperador,
bastante indignado e triste, pelo que a sua esposa a pagã Jezabel, engendra um
plano para tirar a vida do velho Nabote, e assim promover a tomada de posse das
terras por Acabe o seu marido, que naturamente era conhecedor de toda a trama
(1 Rs 21. 1-17). Diante disto Deus retira a Acabe do trono de Israel, e lhe
decreta a sentença de morte, o que veio ocorre tempos depois com ele e com a
pagã Jezabel.
Diante de tantos exemplos: O que recomenda a Palavra de Deus aos crentes
em todos os tempos? Se afastar da cobiça, o próprio Cristo falou: “Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mt 6. 24), e Paulo, recomenda
a Timóteo:“Mas os que querem ser ricos
caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de
toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores.” (1 Tm 6. 9-10). Logo entendemos que o pecado
não estar em possuir bens, dinheiro e ou riqueza, e sim e cobiçar as riquezas e
por o seu coração nos bens materiais. E se o crente for um despenseiro na obra
de Deus, um ministro na casa do Senhor a recomendação do Apóstolo é que se o
cidadão tem o coração preso aos bens materiais, isto o invalida a exercer o ministério
cristão: “Porque convém que o bispo seja
irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo,
nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;” (Tt 1. 7),
veja ainda (1 Pe 5.2; 1 Tm 3 .3-8). Portanto necessitamos abandonar a cobiça desenfreada
que é a tônica nos dias em que vivemos e assim os homens poderem contemplar em
nós as marcas de Cristo. Amém.
Referências bibliográficas:
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Trim. 2013. CPAD. Rio de Janeiro. 2012.
PEARLMAN, Myer; Tradução de OLSON, N. Laurence. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Emprevan Editora. Rio de Janeiro.
1968.
COELHO, Alexandre. Subsídios para Elias e Elizeu – Um
Ministério de Poder para toda a Igreja. Artigo publicado em Ensinador
Cristão. Ano 13 – nº 53. CPAD. Rio de Janeiro. 2013.
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento.
Editora Central Gospel Ltda. Rio de Janeiro. 2010.
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento.
Editora Central Gospel Ltda. Rio de Janeiro. 2010.
FERREIRA,
Franklin. Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para
o contexto atual. Editora Vida Nova. São Paulo. 2007
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